terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Expositores da Feira da Afonso Pena ainda estão confusos com novas regras

JORNAL ESTADO DE MINAS

Luciane Evans -
Publicação: 17/01/2011 07:23 Atualização: 17/01/2011 07:28




Enquanto frita seu acarajé, Rosa Maria se preocupa com o futuro dos atuais comerciantes

Enquanto milhares de pessoas já se inscreveram para disputar uma das vagas na licitação para a ocupação dos 2,2 mil espaços na Feira de Arte e Artesanato da Avenida Afonso Pena, a maioria dos atuais expositores está mal informada sobre o assunto e muitos nem sequer sabem como proceder para participar do processo de seleção, aberto na semana passada e que já recebeu 4 mil inscrições, média de 800 candidatos por dia. No domingo, o Estado de Minas percorreu os corredores da feira, conversou com muitos donos de barracas e constatou a falta de conhecimento sobre as regras da concorrência.

Segundo Conceição Vergios, o edital para os expositores da Feira de Arte e Artesanato dará prioridade aos comerciantes mais antigos e, por isso, ela, que está há 26 anos na feira no setor de calçados, nem sequer leu o documento. Já Rosa Amélia Lemos da Silva está à espera de um novo edital para aqueles que trabalham no setor de alimentação e ouviu falar que todos vão continuar do mesmo jeito. “Está tudo muito confuso. Ninguém tem informação correta sobre nada. É preciso um diálogo da prefeitura conosco, pois muitos que estão aqui nem têm conhecimento sobre o que está ocorrendo. Outros, mais velhos, nem sabem acessar a internet para ver o que exige o edital. Estamos perdidos”, afirma a feirante do setor de bebês, Sandra Maria, que há 26 anos trabalha no espaço.

Um desses boatos equivocados que rondam os corredores deste ponto turístico da capital já tinha sido esclarecido no sábado pelo prefeito Marcio Lacerda, durante sua visita à área da nova rodoviária, no Bairro São Gabriel, na Região Nordeste de BH. Segundo acreditam expositores da feira, aqueles que têm sua barraca há mais tempo não precisarão passar pelo processo seletivo. Mas isso é um equívoco. “Os artesãos que estão lá não querem sair. Os que não estão querem entrar. Por isso, o edital de seleção é democrático. Não haverá favorecimento para ninguém, o que queremos é valorizar o artesanato”, garantiu o prefeito.
Por desentendimentos como esse, a artesã Sandra Maria pede à prefeitura que reúna os feirantes atuais e explique a todos esse edital. “Precisamos de um diálogo com a PBH, para que possamos entender todo o processo e assim nos inscrever”, cobra.

Esclarecimentos A Justiça também quer mais informação sobre o assunto. Amanhã, o procurador-geral do município, Antônio Resende, será intimado para prestar declarações sobre o edital. A decisão judicial foi dada sexta-feira, depois que a Associação dos Expositores da Feira de Artesanato e Variedades da Afonso Pena (Asseap), sob a alegação de que o edital da PBH é ilegal, entrou com o mandado de segurança para barrar a concorrência. O Tribunal de Justiça, ainda sem conceder a liminar, intimou a prefeitura para esclarecer a licitação.

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