quarta-feira, 30 de março de 2011

JORNAL HOJE EM DIA

Liminar suspende edital da Feira da Afonso Pena

Decisão parcial da Justiça foi comemorada pela Associação dos Expositores da Avenida Afonso Pena

Danilo Emerich - Repórter - 29/03/2011 - 20:27


Os atuais expositores querem discutir com a PBH mudanças e incentivos para a feira

Liminar concedida na tarde desta terça-feira (29) suspendeu o polêmico edital da Feira de Artes e Artesanato da Avenida Afonso Pena. A sentença foi proferida pelo desembargador Eduardo Andrade, da 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, que entendeu que se o processo licitatório prosseguisse poderia gerar prejuízos aos expositores. A assessoria de Imprensa da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) informou que a Procuradoria Geral do Município irá avaliar a decisão da Justiça para se pronunciar.

A liminar será publicada no Diário Oficial do Município (DOM) e volta para a 3ª Vara da Fazenda do TJMG, onde ainda será julgado o mérito do recurso, sem data definida para ocorrer. De acordo com o processo, a Associação dos Expositores da Feira de Artes e Artesanato da Afonso Pena (Asseap) alegou que os atuais expositores estariam impedidos de continuar a exercer suas atividades devido às normas do edital que, segundo ela, contém irregularidades.

Na sentença, o desembargador Eduardo Andrade disse que os princípios da legalidade, impessoalidade e razoabilidade foram contrariados. “O critério socioeconômico que discrimina alguns e privilegia outros não pode ser tolerado pelo Direito. Cabe ao Poder Judiciário garantir a obediência a esses princípios, sem discriminações ou privilégios a quem quer que seja, afinal todos devem merecer o mesmo tratamento por parte da Administração Pública”, sustentou.

O edital, publicado em dezembro de 2010, selecionaria novos ocupantes das 2.292 barracas da feira a partir do grau de escolaridade e de critérios socioeconômicos. O processo foi alvo de diversas manifestações contrárias por parte dos expositores da feira. A Câmara Municipal chegou a apontar 18 irregularidades no edital.

O presidente Asseap, Alan Vinícius, comemorou a decisão da Justiça. Ele disse que todos os profissionais que trabalham no espaço estão aliviados. “Todos estavam sofrendo e temerosos de perder o emprego. Provamos que tínhamos razão quanto as irregularidades. A prefeitura queria acabar com o evento e a Justiça reconheceu isso. Provamos, sem deixar nenhuma duvida, que a feira é maior que todos. É um patrimônio na cidade”, declarou.

Alan afirmou que não espera que a PBH recorra da decisão. O presidente da Asseap ressalta que espera que o Governo abra diálogo com os expositores. “Não há espaço para mudanças de maneira unilateral, mas há para conversas. Temos propostas, como qualificação dos expositores, banheiros mais adequados e mais divulgação”, disse.

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