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A manifestação dos feirantes da av. Afonso Pena contra a seleção aberta pela prefeitura de Belo Horizonte expõe a vulnerabilidade do processo.
A feira existe há mais de 35 anos. Começou na Praça da Liberdade, quando ainda tinha o nome de “Feira Hippie”. Mas a coisa cresceu, a praça ficou pequena pra tantos expositores e a cidade então ganhou, em 1991, uma feira maior, mais ampla e aberta, na principal avenida da cidade.
Mas, como tudo nesse mundo de Deus, teve o lado bom e teve o ruim. Com o tempo – e a omissão da própria prefeitura -, a feira passou a ser ocupada não só pelos hippies e artesãos humildes, mas também por comerciantes estabelecidos, gente que tem rede de lojas na cidade e viu na feira a oportunidade de vender sem nota fiscal, por preços mais competitivos que o mercado formal.
Com eles, vieram também prepostos de indústrias de móveis, fabricantes de roupas infantis e... os chineses com seus artigos baratinhos, baratinhos!
Ou seja, o que já foi “Feira Hippie” e “de Artesanato” virou a “Feira da Afonso Pena”, uma das maiores da América Latina, com movimento dominical superior a 60 mil pessoas.
Agora, a prefeitura quer renovar as licenças, colocando novos feirantes, com um perfil que resgata o perfil da feira original.
Aí é que vem a polêmica.
Entre os critérios de seleção, há dois, pelo menos, que merecem comentários: um atribui menos pontos a quem tem casa própria em relação a quem mora de aluguel. O outro dá menos pontos a quem tem carro próprio, confrontado com quem anda de ônibus ou a pé.
Ou seja, quem deu duro a vida toda na feira e melhorou de vida, fruto do próprio trabalho conjugado com as melhores condições econômicas do país, agora pode pagar o pato.
Eu pergunto: o feirante tem culpa?
Para as 2.292 vagas, atualmente há menos de 6 mil inscritos. Destes, apenas 15% já são feirantes da Afonso Pena. Muitos temem perder suas vagas, em vista dos critérios de seleção. E faltam apenas quatro dias para o encerramento das inscrições.
A prefeitura se escora no fato de que, seguidamente, a Justiça deu ganho de causa a ela, derrotando as tentativas da Associação dos Expositores da Feira de Artesanato e Variedades da Afonso Pena (Asseap) de interromper o curso do edital de seleção.
“Não haverá suspensão do edital”, diz o procurador geral do Município, Marco Antônio Teixeira.
E, pelo jeito, nem revisão dos critérios.
Será que não há uma saída negociada?
Por exemplo, uma nova feira, em outro ponto da cidade e num dia diferente? Sábado à tarde, talvez?
Ou, quem sabe, a prefeitura faz o dever de casa? Revê o perfil de todos os feirantes atuais e deixa, por obrigação legal, apenas aqueles que correspondem ao perfil determinado para uma feira como essa, ou seja, o artesão de verdade.
O QUE VOCÊ ACHA? A PREFEITURA ESTÁ CERTA? OU OS FEIRANTES? VOCÊ IMAGINA UMA SOLUÇÃO NEGOCIADA? OU O EDITAL DEVE SEGUIR ADIANTE? COSTUMA FREQUENTAR A FEIRA? ACHA QUE ELA É BOA ASSIM MESMO OU QUE PERDEU O CHARME E O PERFIL ORIGINAIS? MANDE SUA OPINIÃO, PARTICIPE!
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