Protesto proposto por artesãos tem pouca adesão
A ideia era chamar a atenção da população e do poder público para a indignação dos artesãos em relação ao processo de licitação proposto pela PBH
Poucos expositores da Feira de Artes e Artesanato da Afonso Pena aderiram ao protesto proposto pela Associação dos Expositores da Feira de Artesanato e Variedades da Afonso Pena (Asseap) e se vestiram de preto em alusão ao luto e usaram nariz de palhaço conforme o combinado. A ideia do protesto, de acordo com o coordenador da Asseap, Alan Diniz, era chamar a atenção da população e do poder público para a indignação dos artesãos em relação ao processo de licitação proposto pela Prefeitura de Belo Horizonte.
O processo selecionará os novos ocupantes das 2.292 barracas da feira a partir de critérios socioeconômico e grau de escolaridade.
O processo selecionará os novos ocupantes das 2.292 barracas da feira a partir de critérios socioeconômico e grau de escolaridade.
Expositores se vestiram de preto em alusão ao luto e usaram nariz de palhaço |
“Realmente não houve muita adesão. Avisamos os feirantes muito em cima da hora, na última sexta-feira (11). Mesmo assim, ao longo do processo licitatório, vamos continuar tentando sensibilizar os consumidores e os governantes sobre a péssima estratégia de seleção adotada”, disse Alan Diniz. Ele e o presidente da associação, Willian Santos, encerraram a greve de fome iniciada na última quarta-feira. (9)
Entre os poucos artesãos que participaram do movimento de luto, Cirléia Aparecida de Oliveira, 42 anos, disse que sua única fonte de renda é a feira. Sem as vendas, não sabe o que fazer para se sustentar. “Exponho meu trabalho aqui há 28 anos e agora corro o risco de perder este ponto. Até parei de fazer estoque de mercadoria com medo de não ter onde vendê-la”.
A expositora Regina Fátima Aguiar, 58 anos, e sua filha Camila Aguiar, 22 anos, também foram trabalhar de luto. Regina afirmou ser a favor da licitação, mas disse que os requisitos para se conquistar uma vaga na feira estão errados. “O artesão que tiver casa própria, carro e um grau de escolaridade mais elevado já está fora da concorrência. Agora, o que garante uma barraca na feira é ser pobre e analfabeto”, reclamou ela, há 26 anos na feira.
Para esta segunda-feira (14), a Asseap realiza manifestação na frente da Assembleia Legislativa, no Bairro Santo Agostinho, a partir das 10 horas. Ttambém é o último dia para os interessados em disputar uma das barracas da feira se inscreverem no processo de seleção.
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